Inclusão de pessoas trans: resistências para o avanço da pauta nas empresas

Inclusão de pessoas trans: resistências para o avanço da pauta nas empresas

Inclusão de pessoas trans: resistências para o avanço da pauta nas empresas

LGBTQIA+

LGBTQIA+

Caluã Eloi

Caluã Eloi

Caluã Eloi

Especialista em Diversidade e vencedor do Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista (2023)

Especialista em Diversidade e vencedor do Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista (2023)

Especialista em Diversidade e vencedor do Prêmio Conceição Evaristo de Literatura Afrofuturista (2023)

29/01/2025

29/01/2025

Foto de uma pessoa sorridente ao ar livre, segurando a bandeira trans estendida atrás de si. Ela usa uma blusa rosa e jeans, com o cabelo preso, em um dia ensolarado com céu azul e elementos de uma marina ao fundo.
Foto de uma pessoa sorridente ao ar livre, segurando a bandeira trans estendida atrás de si. Ela usa uma blusa rosa e jeans, com o cabelo preso, em um dia ensolarado com céu azul e elementos de uma marina ao fundo.
Foto de uma pessoa sorridente ao ar livre, segurando a bandeira trans estendida atrás de si. Ela usa uma blusa rosa e jeans, com o cabelo preso, em um dia ensolarado com céu azul e elementos de uma marina ao fundo.
Foto de uma pessoa sorridente ao ar livre, segurando a bandeira trans estendida atrás de si. Ela usa uma blusa rosa e jeans, com o cabelo preso, em um dia ensolarado com céu azul e elementos de uma marina ao fundo.

Das pessoas trans no Brasil, somente 4% ocupam o mercado de trabalho formal (Antra). Já no quadro de pessoas colaboradoras nas empresas, somente 0,38% dos postos de trabalho são ocupados por pessoas trans (Datafolha).

Mesmo com uma representação tão microscópica, a inclusão de pessoas trans talvez seja um dos assuntos que geram maior resistência nos debates sobre inclusão nas empresas, trazendo inúmeros desafios para o avanço da pauta nas organizações, mas por quê?

Existe uma série de mitos e fake news que rodeiam o imaginário popular sobre a inclusão de pessoas trans nas empresas e, por isso, há tantas resistências quando o assunto é tirá-las da invisibilidade.

Neste Dia Nacional da Visibilidade Trans, vamos entender como as empresas podem lidar com as resistências para a inclusão de pessoas trans. 

‘Nome social vai facilitar falsidade ideológica’

O nome social é o nome que algumas pessoas trans adotam para serem tratadas e reconhecidas socialmente, uma vez que não se identificam mais com o nome registrado em seus documentos.

O CPF é o documento legal de identificação com maior peso e validade em todo território nacional. O CPF do cidadão não muda no requerimento do uso de nome social.

Nenhuma empresa ou instituição se baseia apenas no nome de uma pessoa para sua identificação legal, até mesmo considerando as inúmeras pessoas que possuem o mesmo nome e sobrenome.

Atualmente, já é possível incluir o nome social em documentos como RG, título de eleitor, CNH e o próprio CPF, mesmo sem ter sido realizada a retificação dos documentos. Respaldados por isso, o Ministério Público do Trabalho orienta as empresas que garantam o uso do nome social por pessoas trans.

‘Visibilidade trans é um problema do governo, não das empresas’

O dia 29 de janeiro foi instituído como Dia Nacional da Visibilidade trans no Brasil em 2004, após uma campanha da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), para combater a transfobia no país, denunciar casos de discriminação, exclusão e violência, promover o respeito e trazer visibilidade à luta pelo reconhecimento das identidades e direitos dessa população.

Essa data, até hoje, serve como momento de promoção de ações urgentes e reflexões sobre os desafios e reivindicações da comunidade trans no Brasil.

Apesar da transfobia ser uma questão que atravessa fronteiras e atinge diversos países, no Brasil a situação requer uma atenção especial, especialmente porque, em 2023 o Brasil completou 14 anos consecutivos como país 1º colocado no ranking mundial de assassinatos de pessoas trans. (Trans Murder Monitoring).

Além disso,  devido ao bullying sofrido nas escolas brasileiras, 64,1% das pessoas trans não concluíram o ensino médio (Rede Nacional de Pessoas Trans no Brasil), e isso impacta diretamente na ocupação do mercado de trabalho, já que por causa da baixa escolaridade somada ao preconceito institucional, 90% da população trans tem como única fonte de renda a prostituição (Antra).

Mesmo sendo minoria no mercado de trabalho, das pessoas trans que conseguem ocupar uma vaga formal nas empresas, 86% já sofreram discriminação no ambiente de trabalho (Santo Caos).

Por isso, o mês da Visibilidade Trans é um movimento que precisa ganhar cada vez mais força nas empresas e em toda a sociedade, já que atravessa todas as esferas sociais, inclusive, o mercado de trabalho.

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Torne sua empresa inclusiva para pessoas trans

Conheça nossas masterclasses e soluções de desenvolvimento para tornar a sua organização verdadeiramente inclusiva para pessoas trans e toda a comunidade LGBTQIA+.

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‘É melhor criar um banheiro só para pessoas trans’

O uso banheiro por pessoas trans é um tema que assusta as pessoas, porém, esse terror é formado apenas por fake news.

A maior preocupação geralmente é embasada em um mito de que homens vão usar roupas tidas como femininas para abusar de mulheres no banheiro.

O que esse mito revela é o medo do homem cis, estatisticamente, o maior responsável por casos de assédio, violência doméstica e violência sexual contra mulheres, já que os dados mostram que:

  • 82,7% dos casos de violência sexual no Brasil o agressor é uma pessoa conhecida da vítima, sendo principalmente o parceiro íntimo, ex-parceiro íntimo ou familiar da vítima (Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Não há registros de casos de violência sexual cometidos por homens vestidos de mulheres nos banheiros e vestiários das empresas.

  • 68,3% dos casos de violência sexual acontecem na própria residência da vítima, 9,4% em vias públicas, 2,2% em escolas e 0,9% em hospitais (Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Não há registros de casos de violência sexual cometidos por homens vestidos de mulheres nas dependências das empresas.

  • Em 92,4% dos casos de violência sexual registrados entre 2011 e 2017, o agressor era um homem cis e não há registros de nenhum desses casos o agressor ter se disfarçado de mulher para cometer esses crimes (Ministério da Saúde).

Criar um banheiro exclusivo para pessoas trans seria uma forma de segregação. Por isso, o Ministério Público do Trabalho orienta as empresas que garantam o uso de banheiros e vestiários que sejam separados por gênero, de acordo com a identidade de gênero da pessoa, sendo vedada a criação de banheiros exclusivos para pessoas LGBTQIA+.

‘Não podemos usar linguagem neutra, isso é contra a língua portuguesa’

Linguagem neutra não é somente usar ‘elu/delu’ ou substituir artigos por ‘e’. Há várias formas de garantir uma linguagem inclusiva, se baseando apenas nas regras formais da língua portuguesa. Por exemplo, substituir:

  • ‘Colaboradores’ por ‘pessoas colaboradoras’;

  • ‘Fiquem atentos’ por ‘prestem atenção’;

  • ‘Bem-vindos’ por ‘boas vindas’.

Uma comunicação inclusiva que respeita a língua portuguesa deve se atentar também ao uso exagerado de estrangeirismos e emojis, porque pode dificultar a comunicação com pessoas que não falam um segundo idioma, pessoas de diferentes gerações e também pessoas com deficiência.

Comunicar-se de maneira inclusiva também foca em abolir termos racistas, capacitistas, machistas, etc.. É preciso lembrar: linguagem inclusiva não é só para pessoas trans, é para garantir a inclusão de todas as pessoas, independente da idade, escolaridade, identidade de gênero, deficiência, etc.

Como superar essas resistências e avançar na inclusão de pessoas trans?

A inclusão de pessoas trans nas empresas é para garantir acesso a espaços seguros, onde possam ter seus talentos valorizados e ter suas identidades respeitadas. Para superar as resistências e avançar na pauta:

  • Mapeie qual o perfil das resistências mais comuns na sua empresa;

  • Eduque as pessoas colaboradoras para a empatia com grupos minorizados, desfazendo mitos e fake News sobre pessoas trans;

  • Convide para que sejam pessoas aliadas e para que se unam aos esforços pela inclusão na empresa, lembrando que todas as pessoas têm um papel importante para garantir um espaço de trabalho seguro, de respeito e inclusivo para todas as pessoas.


Como está a inclusão de pessoas trans na sua organização? Se você quer ampliar seus conhecimentos na pauta, baixe gratuitamente o nosso Miniglossário de DEI.

Das pessoas trans no Brasil, somente 4% ocupam o mercado de trabalho formal (Antra). Já no quadro de pessoas colaboradoras nas empresas, somente 0,38% dos postos de trabalho são ocupados por pessoas trans (Datafolha).

Mesmo com uma representação tão microscópica, a inclusão de pessoas trans talvez seja um dos assuntos que geram maior resistência nos debates sobre inclusão nas empresas, trazendo inúmeros desafios para o avanço da pauta nas organizações, mas por quê?

Existe uma série de mitos e fake news que rodeiam o imaginário popular sobre a inclusão de pessoas trans nas empresas e, por isso, há tantas resistências quando o assunto é tirá-las da invisibilidade.

Neste Dia Nacional da Visibilidade Trans, vamos entender como as empresas podem lidar com as resistências para a inclusão de pessoas trans. 

‘Nome social vai facilitar falsidade ideológica’

O nome social é o nome que algumas pessoas trans adotam para serem tratadas e reconhecidas socialmente, uma vez que não se identificam mais com o nome registrado em seus documentos.

O CPF é o documento legal de identificação com maior peso e validade em todo território nacional. O CPF do cidadão não muda no requerimento do uso de nome social.

Nenhuma empresa ou instituição se baseia apenas no nome de uma pessoa para sua identificação legal, até mesmo considerando as inúmeras pessoas que possuem o mesmo nome e sobrenome.

Atualmente, já é possível incluir o nome social em documentos como RG, título de eleitor, CNH e o próprio CPF, mesmo sem ter sido realizada a retificação dos documentos. Respaldados por isso, o Ministério Público do Trabalho orienta as empresas que garantam o uso do nome social por pessoas trans.

‘Visibilidade trans é um problema do governo, não das empresas’

O dia 29 de janeiro foi instituído como Dia Nacional da Visibilidade trans no Brasil em 2004, após uma campanha da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), para combater a transfobia no país, denunciar casos de discriminação, exclusão e violência, promover o respeito e trazer visibilidade à luta pelo reconhecimento das identidades e direitos dessa população.

Essa data, até hoje, serve como momento de promoção de ações urgentes e reflexões sobre os desafios e reivindicações da comunidade trans no Brasil.

Apesar da transfobia ser uma questão que atravessa fronteiras e atinge diversos países, no Brasil a situação requer uma atenção especial, especialmente porque, em 2023 o Brasil completou 14 anos consecutivos como país 1º colocado no ranking mundial de assassinatos de pessoas trans. (Trans Murder Monitoring).

Além disso,  devido ao bullying sofrido nas escolas brasileiras, 64,1% das pessoas trans não concluíram o ensino médio (Rede Nacional de Pessoas Trans no Brasil), e isso impacta diretamente na ocupação do mercado de trabalho, já que por causa da baixa escolaridade somada ao preconceito institucional, 90% da população trans tem como única fonte de renda a prostituição (Antra).

Mesmo sendo minoria no mercado de trabalho, das pessoas trans que conseguem ocupar uma vaga formal nas empresas, 86% já sofreram discriminação no ambiente de trabalho (Santo Caos).

Por isso, o mês da Visibilidade Trans é um movimento que precisa ganhar cada vez mais força nas empresas e em toda a sociedade, já que atravessa todas as esferas sociais, inclusive, o mercado de trabalho.

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Torne sua empresa inclusiva para pessoas trans

Conheça nossas masterclasses e soluções de desenvolvimento para tornar a sua organização verdadeiramente inclusiva para pessoas trans e toda a comunidade LGBTQIA+.

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‘É melhor criar um banheiro só para pessoas trans’

O uso banheiro por pessoas trans é um tema que assusta as pessoas, porém, esse terror é formado apenas por fake news.

A maior preocupação geralmente é embasada em um mito de que homens vão usar roupas tidas como femininas para abusar de mulheres no banheiro.

O que esse mito revela é o medo do homem cis, estatisticamente, o maior responsável por casos de assédio, violência doméstica e violência sexual contra mulheres, já que os dados mostram que:

  • 82,7% dos casos de violência sexual no Brasil o agressor é uma pessoa conhecida da vítima, sendo principalmente o parceiro íntimo, ex-parceiro íntimo ou familiar da vítima (Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Não há registros de casos de violência sexual cometidos por homens vestidos de mulheres nos banheiros e vestiários das empresas.

  • 68,3% dos casos de violência sexual acontecem na própria residência da vítima, 9,4% em vias públicas, 2,2% em escolas e 0,9% em hospitais (Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Não há registros de casos de violência sexual cometidos por homens vestidos de mulheres nas dependências das empresas.

  • Em 92,4% dos casos de violência sexual registrados entre 2011 e 2017, o agressor era um homem cis e não há registros de nenhum desses casos o agressor ter se disfarçado de mulher para cometer esses crimes (Ministério da Saúde).

Criar um banheiro exclusivo para pessoas trans seria uma forma de segregação. Por isso, o Ministério Público do Trabalho orienta as empresas que garantam o uso de banheiros e vestiários que sejam separados por gênero, de acordo com a identidade de gênero da pessoa, sendo vedada a criação de banheiros exclusivos para pessoas LGBTQIA+.

‘Não podemos usar linguagem neutra, isso é contra a língua portuguesa’

Linguagem neutra não é somente usar ‘elu/delu’ ou substituir artigos por ‘e’. Há várias formas de garantir uma linguagem inclusiva, se baseando apenas nas regras formais da língua portuguesa. Por exemplo, substituir:

  • ‘Colaboradores’ por ‘pessoas colaboradoras’;

  • ‘Fiquem atentos’ por ‘prestem atenção’;

  • ‘Bem-vindos’ por ‘boas vindas’.

Uma comunicação inclusiva que respeita a língua portuguesa deve se atentar também ao uso exagerado de estrangeirismos e emojis, porque pode dificultar a comunicação com pessoas que não falam um segundo idioma, pessoas de diferentes gerações e também pessoas com deficiência.

Comunicar-se de maneira inclusiva também foca em abolir termos racistas, capacitistas, machistas, etc.. É preciso lembrar: linguagem inclusiva não é só para pessoas trans, é para garantir a inclusão de todas as pessoas, independente da idade, escolaridade, identidade de gênero, deficiência, etc.

Como superar essas resistências e avançar na inclusão de pessoas trans?

A inclusão de pessoas trans nas empresas é para garantir acesso a espaços seguros, onde possam ter seus talentos valorizados e ter suas identidades respeitadas. Para superar as resistências e avançar na pauta:

  • Mapeie qual o perfil das resistências mais comuns na sua empresa;

  • Eduque as pessoas colaboradoras para a empatia com grupos minorizados, desfazendo mitos e fake News sobre pessoas trans;

  • Convide para que sejam pessoas aliadas e para que se unam aos esforços pela inclusão na empresa, lembrando que todas as pessoas têm um papel importante para garantir um espaço de trabalho seguro, de respeito e inclusivo para todas as pessoas.


Como está a inclusão de pessoas trans na sua organização? Se você quer ampliar seus conhecimentos na pauta, baixe gratuitamente o nosso Miniglossário de DEI.

Das pessoas trans no Brasil, somente 4% ocupam o mercado de trabalho formal (Antra). Já no quadro de pessoas colaboradoras nas empresas, somente 0,38% dos postos de trabalho são ocupados por pessoas trans (Datafolha).

Mesmo com uma representação tão microscópica, a inclusão de pessoas trans talvez seja um dos assuntos que geram maior resistência nos debates sobre inclusão nas empresas, trazendo inúmeros desafios para o avanço da pauta nas organizações, mas por quê?

Existe uma série de mitos e fake news que rodeiam o imaginário popular sobre a inclusão de pessoas trans nas empresas e, por isso, há tantas resistências quando o assunto é tirá-las da invisibilidade.

Neste Dia Nacional da Visibilidade Trans, vamos entender como as empresas podem lidar com as resistências para a inclusão de pessoas trans. 

‘Nome social vai facilitar falsidade ideológica’

O nome social é o nome que algumas pessoas trans adotam para serem tratadas e reconhecidas socialmente, uma vez que não se identificam mais com o nome registrado em seus documentos.

O CPF é o documento legal de identificação com maior peso e validade em todo território nacional. O CPF do cidadão não muda no requerimento do uso de nome social.

Nenhuma empresa ou instituição se baseia apenas no nome de uma pessoa para sua identificação legal, até mesmo considerando as inúmeras pessoas que possuem o mesmo nome e sobrenome.

Atualmente, já é possível incluir o nome social em documentos como RG, título de eleitor, CNH e o próprio CPF, mesmo sem ter sido realizada a retificação dos documentos. Respaldados por isso, o Ministério Público do Trabalho orienta as empresas que garantam o uso do nome social por pessoas trans.

‘Visibilidade trans é um problema do governo, não das empresas’

O dia 29 de janeiro foi instituído como Dia Nacional da Visibilidade trans no Brasil em 2004, após uma campanha da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), para combater a transfobia no país, denunciar casos de discriminação, exclusão e violência, promover o respeito e trazer visibilidade à luta pelo reconhecimento das identidades e direitos dessa população.

Essa data, até hoje, serve como momento de promoção de ações urgentes e reflexões sobre os desafios e reivindicações da comunidade trans no Brasil.

Apesar da transfobia ser uma questão que atravessa fronteiras e atinge diversos países, no Brasil a situação requer uma atenção especial, especialmente porque, em 2023 o Brasil completou 14 anos consecutivos como país 1º colocado no ranking mundial de assassinatos de pessoas trans. (Trans Murder Monitoring).

Além disso,  devido ao bullying sofrido nas escolas brasileiras, 64,1% das pessoas trans não concluíram o ensino médio (Rede Nacional de Pessoas Trans no Brasil), e isso impacta diretamente na ocupação do mercado de trabalho, já que por causa da baixa escolaridade somada ao preconceito institucional, 90% da população trans tem como única fonte de renda a prostituição (Antra).

Mesmo sendo minoria no mercado de trabalho, das pessoas trans que conseguem ocupar uma vaga formal nas empresas, 86% já sofreram discriminação no ambiente de trabalho (Santo Caos).

Por isso, o mês da Visibilidade Trans é um movimento que precisa ganhar cada vez mais força nas empresas e em toda a sociedade, já que atravessa todas as esferas sociais, inclusive, o mercado de trabalho.

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Torne sua empresa inclusiva para pessoas trans

Conheça nossas masterclasses e soluções de desenvolvimento para tornar a sua organização verdadeiramente inclusiva para pessoas trans e toda a comunidade LGBTQIA+.

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‘É melhor criar um banheiro só para pessoas trans’

O uso banheiro por pessoas trans é um tema que assusta as pessoas, porém, esse terror é formado apenas por fake news.

A maior preocupação geralmente é embasada em um mito de que homens vão usar roupas tidas como femininas para abusar de mulheres no banheiro.

O que esse mito revela é o medo do homem cis, estatisticamente, o maior responsável por casos de assédio, violência doméstica e violência sexual contra mulheres, já que os dados mostram que:

  • 82,7% dos casos de violência sexual no Brasil o agressor é uma pessoa conhecida da vítima, sendo principalmente o parceiro íntimo, ex-parceiro íntimo ou familiar da vítima (Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Não há registros de casos de violência sexual cometidos por homens vestidos de mulheres nos banheiros e vestiários das empresas.

  • 68,3% dos casos de violência sexual acontecem na própria residência da vítima, 9,4% em vias públicas, 2,2% em escolas e 0,9% em hospitais (Anuário Brasileiro de Segurança Pública). Não há registros de casos de violência sexual cometidos por homens vestidos de mulheres nas dependências das empresas.

  • Em 92,4% dos casos de violência sexual registrados entre 2011 e 2017, o agressor era um homem cis e não há registros de nenhum desses casos o agressor ter se disfarçado de mulher para cometer esses crimes (Ministério da Saúde).

Criar um banheiro exclusivo para pessoas trans seria uma forma de segregação. Por isso, o Ministério Público do Trabalho orienta as empresas que garantam o uso de banheiros e vestiários que sejam separados por gênero, de acordo com a identidade de gênero da pessoa, sendo vedada a criação de banheiros exclusivos para pessoas LGBTQIA+.

‘Não podemos usar linguagem neutra, isso é contra a língua portuguesa’

Linguagem neutra não é somente usar ‘elu/delu’ ou substituir artigos por ‘e’. Há várias formas de garantir uma linguagem inclusiva, se baseando apenas nas regras formais da língua portuguesa. Por exemplo, substituir:

  • ‘Colaboradores’ por ‘pessoas colaboradoras’;

  • ‘Fiquem atentos’ por ‘prestem atenção’;

  • ‘Bem-vindos’ por ‘boas vindas’.

Uma comunicação inclusiva que respeita a língua portuguesa deve se atentar também ao uso exagerado de estrangeirismos e emojis, porque pode dificultar a comunicação com pessoas que não falam um segundo idioma, pessoas de diferentes gerações e também pessoas com deficiência.

Comunicar-se de maneira inclusiva também foca em abolir termos racistas, capacitistas, machistas, etc.. É preciso lembrar: linguagem inclusiva não é só para pessoas trans, é para garantir a inclusão de todas as pessoas, independente da idade, escolaridade, identidade de gênero, deficiência, etc.

Como superar essas resistências e avançar na inclusão de pessoas trans?

A inclusão de pessoas trans nas empresas é para garantir acesso a espaços seguros, onde possam ter seus talentos valorizados e ter suas identidades respeitadas. Para superar as resistências e avançar na pauta:

  • Mapeie qual o perfil das resistências mais comuns na sua empresa;

  • Eduque as pessoas colaboradoras para a empatia com grupos minorizados, desfazendo mitos e fake News sobre pessoas trans;

  • Convide para que sejam pessoas aliadas e para que se unam aos esforços pela inclusão na empresa, lembrando que todas as pessoas têm um papel importante para garantir um espaço de trabalho seguro, de respeito e inclusivo para todas as pessoas.


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Se trata de uma foto colorida da nossa CEO Renata Moraes digitando em seu laptop.
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