Pessoas trans não binárias: por que o assunto ainda é tabu nas empresas
A presença das pessoas trans não binárias nas empresas é um assunto que deve ter máxima atenção pelas equipes de RH. Tudo porque, junto à inclusão, as empresas conseguem inserir as mais diversas pessoas e, consequentemente, gerar equipes múltiplas, ricas e diversas.
Contudo, o preconceito ainda é bem forte, muitas vezes, vindo por parte das equipes recrutadoras ou da liderança da organização.
A diversidade, equidade e inclusão nos ambientes de trabalho precisam ser desenvolvidas, dando espaço e oportunidade para a comunidade LGBTQIA+. Ao longo desse conteúdo, será possível entender o que é uma pessoa trans não binária e por que o assunto ainda é um tabu. Boa leitura!
Conheça o conceito de identidade de gênero
Identidade de gênero diz respeito à forma como as pessoas se sentem com relação ao gênero. Mesmo que o masculino e o feminino sejam os mais conhecidos, uma pessoa pode se identificar com outro.
É importante destacar que o gênero não está relacionado apenas à anatomia dos órgãos genitais, mas sim à autoimagem da pessoa, afinal, ela se define conforme a própria percepção.
Além da forma como as pessoas se enxergam, a identidade de gênero engloba todos os modos de expressão, aparências, linguagem corporal, jeito de falar e de pensar, e tudo aquilo que pode ser influenciado pela identidade onde a pessoa se inclui.
Entenda o que é uma pessoa trans não binária
Pessoas trans são aquelas que não se identificam com o gênero ao qual foram designadas no nascimento. Por exemplo, um homem trans é uma pessoa que foi designada como sendo do gênero feminino ao nascer, mas que, na verdade, é um homem.
Pessoas trans também podem ser não binárias. Elas são definidas como aquelas que não se identificam como homem ou como mulher. Elas fazem parte da comunidade LGBTQIA+, sendo consideradas parte da letra T, e sua identidade de gênero não se encaixa no binário de gênero.
Quando essa pessoa trans é não binária, sua identidade de gênero pode se encaixar com as representações masculinas e femininas ou, ainda, não se assemelhar com nenhuma delas.
Linguagem neutra e gênero não binário
Linguagem neutra ou linguagem não binária visa evitar o uso dos gêneros masculino e feminino, fazendo com que a comunicação seja cada vez mais inclusiva.
Dentro desse tipo de linguagem, os artigos femininos e masculinos são substituídos por um "x", "e" ou "@". Entretanto, é convencionado hoje que a melhor forma de neutralizar é utilizando o "e" ou o "u", uma vez que o uso do "x" e do "@" torna as palavras pouco acessíveis para pessoas com deficiência visual.
Existe, ainda, quem faz o uso do termo "elu" em vez de "ele" ou "ela". Com essas adaptações, fica mais fácil se referir às pessoas, seja qual for o gênero com o qual se identifica.
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Nome social, pronome e identidade de gênero ainda são um tabu nas empresas
É fundamental que se tenha cuidado nas empresas a fim de evitar erros comuns, mas que podem afastar as pessoas trans do mercado de trabalho. O mais comum entre eles é o uso errado do pronome, da identidade e do nome social.
As pessoas recrutadoras e as empresas devem respeitar o gênero com o qual a pessoa colaboradora se identifica. Isso inclui o nome social e o pronome.
Além disso, os documentos, como crachás, ficha de registro e controle de ponto, devem respeitar o nome social escolhido pela pessoa trans, e não constando no registro de nascimento.
Infelizmente, muitas empresas não aceitam ou não sabem lidar com a situação na hora dos processos seletivos e não se baseiam em um olhar mais diverso e inclusivo.
Saiba como recrutar pessoas trans não binárias para o mercado de trabalho
Na hora de realizar o recrutamento de pessoas trans não binárias, é importante entender principalmente sobre o conceito de gênero.
A melhor forma de captar esses profissionais é criando ambientes totalmente inclusivos e diversos. Além disso, algumas estratégias podem ser úteis. São elas:
Treine as lideranças para entenderem a importância da inclusão das pessoas trans, as formas de tratamentos corretas e as maneiras de criar um ambiente repleto de equidade e inclusão.
Prepare as pessoas da sua equipe, com base na educação. Promova palestras e rodas de conversa sobre a importância da inclusão e dos direitos sociais de cada ser humano.
Tenha canais de comunicação internos na empresa com o foco de unir as pessoas desse grupo que sofrem preconceito. Isso ajuda na hora de criar uma rede de apoio interna.
Pratique a política de ouvir todas as pessoas da empresa, busque aprender com elas e implemente as sugestões.
Elabore programas de treinamentos para capacitar pessoas trans, auxiliando o preenchimento das vagas da organização.
Promova apoio psicológico, seja pela contratação de um profissional de Psicologia para auxiliar no dia a dia ou, ainda, com benefícios de consultas online.
Tenha benefícios específicos para as adaptações, principalmente, flexibilidade.
Com isso, entendemos que todas as empresas devem desenvolver ações internas para incluir a diversidade. Quando colocadas em prática, essas técnicas ajudam no engajamento das pessoas, fazendo com que elas se sintam parte da empresa.
Para não ter mais dúvidas, lembre-se de que as pessoas trans não binárias merecem respeito como qualquer outra.